segunda-feira, 12 de novembro de 2012

domingo, 11 de novembro de 2012

PSORÍASE


PSORÍASE
O que é?
A psoríase é uma doença inflamatória da pele, benigna, crônica, relacionada à transmissão genética e que necessita de fatores desencadeantes para o seu aparecimento ou piora (principalmente no inverno). Afeta 1 a 2% da população mundial. Acomete igualmente homens e mulheres, embora o início seja mais precoce nas mulheres. Existem dois picos de idade de prevalência: antes dos 30 e após os 50 anos. E, em 15% dos casos, surge antes dos dez anos de idade.
Como se desenvolve?
É uma doença não contagiosa, multigênica (muitos genes envolvidos), e em parte dependente de fatores externos. Pode aparecer sob diferentes formas clínicas e diferentes graus da doença. É descrito 30% de incidência familiar.
O desencadeamento pode ocorrer em qualquer idade, motivado por influência do meio, alguns medicamentos ou estresse.
Em pessoas com história familiar, o início parece ser mais precoce.
O que se sente?
As lesões são muito típicas, com períodos de exacerbações e remissões, localizados principalmente em superfícies de extensão como joelhos e cotovelos, couro cabeludo, palmas das mãos, sola dos pés (áreas de maior traumatismo). 
Os quadros de psoríase recebem sua denominação conforme sua localização e aspecto:
Psoríase Vulgar:
Placas de tamanhos variados, bem delimitadas, avermelhadas, com escamas secas e aderentes prateadas ou acinzentadas nos locais mais comuns (couro cabeludo, cotovelos, joelhos, por exemplo). 
Psoríase invertida:
Lesões mais úmidas, localizadas em áreas de dobras (embaixo das mamas, área genital, entre nádegas). 
Psoríase Gutata:
Lesões em forma de gotas associadas a processos infecciosos. As lesões são pequenas, localizadas no tronco e parte proximal dos braços e coxas (mais perto dos ombros e quadril), poupando mãos e pés. São numerosas e aparecem abruptamente mais em crianças e adultos jovens. 
Psoríase Eritrodérmica:
Lesões generalizadas (75% ou mais da área corporal). 
Psoríase Ungueal:
Pode ser comprometimento isolado na psoríase, acometendo mais unhas da mãos que dos pés. São características da doença, mas não específicas. Podem ser mais freqüentemente depressões puntiformes ou manchas amareladas cor de óleo, mas existem outras alterações menos comuns nas unhas. 
Psoríase Artropática:
Por volta de 8% dos casos pode haver o comprometimento articular. Na artropatia periférica as manifestações freqüentes são: início agudo (abrupto) ou sub-abrupto, com comprometimento assimétrico de várias articulações nas pontas dos dedos das mãos e pés e, ocasionalmente, associação com alguma articulação grande como joelho ou cotovelo. Quando o quadro articular é prolongado e mais grave, aparecem deformidades nos dedos que adquirem a "forma de salsicha". Na artropatia central, a coluna lombar superior e torácica inferior são as mais acometidas. Na artrite psoriásica juvenil (menores de 16 anos), as meninas são mais acometidas e o início do quadro de artrite pode preceder o quadro cutâneo. 
Psoríase Pustulosa:
Aparecimento e lesões com pus (mas estáveis). Há uma forma localizada em mãos e pés e uma generalizada. 
Psoríase Palmo-Plantar:
Pode haver envolvimento de palmas das mãos e sola dos pés em 12% dos casos. As lesões típicas podem apresentar fissuras (rachaduras), e são de difícil manejo. 

Como o médico faz o diagnóstico?
O diagnóstico, em geral, é fácil, e baseia-se na história clínica e achado de lesões típicas com dados característicos na raspagem das lesões ao exame pelo médico.
Em casos mais graves ou formas não usuais pode-se lançar mão de biópsia de pele (exame de pele com diagnóstico característico ou indicativo).
Alguns exames laboratoriais podem colaborar na investigação de desencadeantes da doença (como diabete e infecção estreptocócica).
Como se trata?
É importante fornecer orientações gerais quando à doença, individualizando o tratamento conforme as características de cada paciente. Lembrar do aspecto não contagioso da doença, dos fatores desencadeantes, tais como estresse, frio, exposição excessiva ao sol, algumas doenças (diabetes não controlada, surtos infecciosos), e uso de alguns medicamentos.
Casos leves a moderados (75% a 80% dos casos) podem ser controlados com medicação de uso local na pele, devendo sempre ser indicados e controlados pelo médico.
Os casos mais severos e extensos requerem uma abordagem mais controlada e agressiva, com medicações de uso oral em esquema rotativo, visando o mínimo de efeitos colaterais de cada medicação e uma tolerabilidade maior do paciente com o esquema proposto.
A exposição moderada ao sol e a hidratação contínua da pele são importantes para a maioria dos pacientes.
Como se previne?
É muito importante esclarecer o paciente sobre a doença: sua evolução, desencadeantes, tratamentos disponíveis e envolvimento emocional. Não se tem ainda como prevenir a psoríase.
Cada vez se estuda mais a doença, já com muitos avanços no tratamento, mas ainda é um desafio manter o paciente sem lesões com segurança por muito tempo. 

Psoríase Palmar e Plantar



Psoríase palmo-plantar

(Psoríase das mãos e pés)


Cerca de um quarto das pessoas com psoríase sofrem de lesões nas mãos e nos pés. As placas surgem nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, assim como na sua superfície dorsal (superior).
psoríase vulgar pode surgir ao mesmo tempo em qualquer outra parte do corpo.

O espessamento da camada queratinizada ou córnea origina calosidades e calos. Na psoríase palmo-plantar a pele torna-se muito espessa (hiperqueratose), abrindo por vezes fendas e podendo tornar-se ligeiramente avermelhada. Estas características explicam a razão porque a condição pode ser confundida por micose, eczema, um fungo, ou sífilis secundária. Para se conseguir fazer a distinção entre as doenças, poderá ser necessário realizar biopsias cutâneas e/ou análises serológicas.

A camada córnea exterior da pele é mais espessa nas mãos e nos pés do que nas outras partes do corpo, uma vez que estes estão sujeitos a maior exigência mecânica.

A psoríase das mãos e pés pode causar desconforto psicológico, especialmente durante o verão, uma vez que estão mais visíveis aos outros. A dor e inflamação resultantes das fissuras podem igualmente ser debilitantes.

A psoríase palmo-plantar afecta as palmas das mãos e as plantas dos pés, apresentando lesões de forma eritemato-escamosas (vermelhas e com escamas). As placas psoriásicas são redondas ou ovais, bem demarcadas e cobertas com escamas, que são brancas, brilhantes e dão à placa um aspecto quebradiço. Em determinados casos de psoríase palmo-plantar estão incluídas pequenas e profundas pústulas amareladas, uma condição denominada psoríase pustular palmo-plantar. Estas pústulas não são infecciosas e desaparecem naturalmente.

A lesão psoriásica palmo-plantar é geralmente isolada, seca, dura e ligeiramente avermelhada. A pele normalmente torna-se muito espessa e poderão surgir fissuras.

Existem calosidades da pele endurecida, rodeadas por um anel de pele muito duro. As placas são redondas e estão cobertas com escamas. Podem ser distintas ou confluentes. A psoríase palmo-plantar pustular caracteriza-se por placas vermelhas, redondas e distintas, cobertas por pústulas pequenas, profundas e não infecciosas, que se desprendem e soltam da pele naturalmente.



 


Pontos chave

  • As lesões que surgem nas mãos e pés são muito secas e estão muitas vezes inflamadas e com fissuras.
  • O dignóstico é mais fácil quando estão envolvidos vários locais.
  • A psoríase palmo-plantar pode ter um grave impacto na qualidade de vida.
  • Os tratamentos podem ser locais (tópicos) ou então sistémicos, nos casos em que são resistentes ao tratamento local e são acompanhados por lesões noutras partes do corpo.

Quais são as características da psoríase palmo-plantar?


A pele das palmas das mãos e das plantas dos pés é mais espessa do que noutras partes do corpo. Estão igualmente presentes tipos especiais de queratina, que não são encontrados em mais nenhum local. As lesões que surgem nas mãos e pés são muito secas e estão muitas vezes inflamadas e com fissuras. Os doentes têm muitas vezes dor.

A psoríase palmo-plantar é frequentemente pustular, com pústulas transparentes que se tornam brancas e que de seguida formam crostas escuras. Normalmente são afectadas ambas as mãos e pés, mas não é invulgar surgir apenas numa destas áreas. Quando as mãos são afectadas, as lesões apresentam-se apenas nas palmas das mãos; se as placas surgirem nas costas das mãos, a condição não é psoríase palmo-plantar, mas um tipo diferente de psoríase.

As lesões nas mãos e pés provocam problemas de diagnóstico?


É fácil diagnosticar a psoríase palmo-plantar quando as placas estão presentes em vários locais e, na maioria dos casos, o médico apenas tem que examinar as lesões. No entanto, por vezes é difícil diferenciar a psoríase da pustulose palmo-plantar, que também afecta as palmas das mãos.

Pode igualmente ser confundida com o eczema, embora o eczema provoque muito mais comichão do que a psoríase. O eczema pode produzir bolhas, que são pequenas e tendem a aparecer entre os dedos. A psoríase das plantas dos pés pode também ser confundida com uma micose e um médico terá que realizar alguns testes para ver se está presente uma infecção fúngica.

Nas crianças, a psoríase pode ser confundida com dermatose plantar juvenil, cujos sintomas são pele extremamente seca e fissuras na curvatura do pé.

A psoríase palmo-plantar é muito incapacitante?


A psoríase palmo-plantar pode ter um impacto significativo na qualidade de vida. As lesões nas mãos pode originar problemas na realização de tarefas manuais. Mesmo o envolvimento em gaze pode ser complicado, porque os fios da gaze podem ficar agarrados à pele.

Algumas substâncias, como líquido ou produtos de limpeza, irritam as lesões e impedem-nas de sarar. Deve ter o cuidado de não lavar as mãos muitas vezes e de não utilizar água muito quente, uma vez que esta seca a pele.

Evite o contacto com produtos de limpeza, detergentes e desinfectantes, pois este agravam a irritação. Use luvas que sejam suficientemente largas e que sejam revestidas de algodão para evitar a transpiração. As fissuras nos pés podem ser muito dolorosas. Recomenda-se a utilização de meias grossas e sapatos abertos.

Não há qualquer razão para que não pratique desporto ou não participe em actividades físicas. Contudo, a água com cloro das piscinas pode originar irritação e amolecimento, especialmente se ficar na água demasiado tempo. Os desportos que provocam uma grande pressão nos pés, como o ténis, podem igualmente originar dor. Deve lavar os seus pés em água fria e calçar meias lavadas depois de praticar exercício.

Quais são os principais tratamentos para a psoríase palmo-plantar?


Em primeiro lugar, deve evitar irritar a pele da palma das mãos e da planta dos pés. Não os lave em água demasiado quente e evite tudo o que possa causar fricção na pele.

O seu médico poderá prescrever-lhe pensos hidrocoloidais, que normalmente são utilizados para tratar úlceras das pernas e que cobrem a pele com um agente cicatrizante. Estes ajudam as lesões a sarar, reduzindo a comichão e evitando a fricção dos sapatos.

Encontram-se igualmente disponíveis medicamentos locais, como os corticosteróides. A camada córnea exterior da pele é mais espessa na palma das mãos e na planta dos pés, por esta razão a medicação não é tão bem absorvida como noutras áreas. É por esta razão que os médicos prescrevem a aplicação de corticosteróides sob os pensos, nos casos de resistência ao tratamento. Os derivados de vitamina D e os retinóides locais são por vezes também administrados, apesar da sua eficácia não ter sido cientificamente provada. Por último, podem ser prescritas sessões de fototerapia PUVA se os tratamentos locais não tiverem sucesso.

Os tratamentos sistémicos apenas são utilizados na psoríase palmo-plantar quando esta resiste ao tratamento e é acompanhada por placas noutras partes do corpo.