segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Psoríase e o stress



Como é que o stress afecta a pele?  


A pele e o sistema nervoso estão intimamente ligados visto que têm a mesma origem embrionária. O stress psicológico faz com que o corpo liberte químicos denominados neurotransmissores. Estes actuam em vários órgãos do corpo, incluindo a pele, desencadeando reacções em cascata onde
  • a barreira cutânea se torna menos impermeável, com uma ligeira aceleração da renovação cutânea;
  • a pele está sujeita a inflamações;
  • o sistema imunitário torna-se mais fraco e não consegue responder de uma forma ideal à inflamação.  

O stress pode desencadear a psoríase?


Só o stress não é suficiente para desencadear a psoríase, visto esta ser uma condição multifactorial, envolvendo factores genéticos, ambientais e imunológicos.
No entanto, em muitos casos, a psoríase surge após um acontecimento stressante. O stress extremo, como o originado por um acidente de viação ou o falecimento de um ente querido, ou o stress prolongado menos intenso, como o originado por uma situação familiar difícil, divórcio ou um conflito no local de trabalho, são capazes de provocar psoríase e de aumentar as probabilidades de recidivas. Para além disso, a condição em si causa stress, pois a pele desempenha um papel fundamental na comunicação interpessoal. As lesões visíveis, particularmente as das mãos e face, podem prejudicar a própria imagem e originar ansiedade, ou mesmo depressão. Visto que este stress pode provocar crises, cria-se um ciclo vicioso.
  

Há um espaço de tempo entre um evento stressante e uma crise psoriásica?


Vários estudos científicos demonstram que pode ocorrer um período entre dois dias e quatro semanas entre um evento stressante e o aparecimento da psoríase. Não existe um elo causal entre a duração deste período e a gravidade da psoríase. No entanto, parece que os doentes que identificaram a causa do stress que desencadeou a sua condição têm períodos de remissão mais longos e frequentes do que os que não identificaram a causa do stress.

domingo, 20 de outubro de 2013

Por que é que quem sofre de psoríase não deve usar roupas apertadas? E porque é que o algodão é preferível a outros tecidos? E quais os tecidos menos recomendados?


As roupas devem ser de algodão, confortáveis. Não podem apertar, pelo  risco de reação de Koebner ou mesmo de alergias aos elásticos.
Devem evitar-se os têxteis sintéticos, com fibras alergizantes, irritativas ou desconfortáveis, pelo risco de alergias de contacto ou de prurido ou ardor, que vão intensificar a inflamação e as respostas locais, tipo Koebner.
Deve ainda ter-se em atenção também os corantes e as tintas sintéticas, também potenciais agentes de irritação/sensibilização cutâneos.

Os banhos de mar e de piscina são recomendados ou exigem cuidados acrescidos?


Os banhos fazem bem à pele, até pela acção relaxante e anti-stress. Antes e após a ida à piscina ou ao mar, deve hidratar sempre a pele. Alguns agentes químicos utilizados como desinfectantes podem agredir uma pele já de si instável, com função de barreira comprometida. Os doentes devem ser alertados para a necessidade de hidratação permanente da pele.

Existem cuidados específicos a ter no final do verão para preparar a pele para o outono e o inverno?
Qualquer acontecimento ou circunstância marcante pode desequilibrar a curso evolutivo desta doença crónica e recorrente, nomeadamente situações de desemprego, divórcio, gravidez, mudança de país, desregulações de temperatura, tempo frio e seco, quente e seco, tabaco, álcool, alguns fármacos, enfim... As próprias infeções sazonais, associadas ao frio, podem funcionar como factor desencadeante de novos surtos da doença. 

Os erros dietéticos, a obesidade, a hipertensão arterial, a hipercolesterolémia, vão agravar a psoríase, mas também as co-morbilidades associadas. A dieta é indispensável. Deve-se, nomeadamente, evitar as gorduras saturadas, privilegiar os óleos de peixe, vitaminas e minerais, incentivar o exercício físico diário e alertar para os perigos do abstencionismo.

A sobre-exposição ao sol pode agravar os sintomas da psoríase?



O excesso de sol aumenta o risco de queimaduras. Sendo a psoríase uma doença autoimune e inflamatória crónica, o aumento dos períodos de exposição ao sol e a intensidade dos raios solares vão intensificar a resposta inflamatória da pele, com edema (inchaço) e eritema (vermelhidão) excessivos, tendo efeito nocivo no processo evolutivo da doença, sem esquecer o risco acrescido de cancro da pele, que pode ser também potenciado por certos medicamentos sistémicos utilizados nesta doença. Não esqueçamos que esta é uma doença sistémica que evolui ao longo de décadas...

As queimaduras solares podem desencadear ocorrências como o fenómeno de Koebner. Em que consiste este problema e como é que se pode precaver? 

Uma das características mais marcantes desta doença é a tendência para o aparecimento de lesões nos locais de traumatismos, agressões, queimaduras. Qualquer lesão, agressão ou traumatismo pode desencadear o aparecimento das placas de psoríase nesse local, nomeadamente uma reação isomorfa ou o fenómeno de Koebner. 

Mais uma razão para ter atenção aos perigos do excesso de sol ou qualquer outra agressão física, química, mecânica ou biológica. A pele demasiado seca, fissurada, escoriada, gretada, bem como os pólens, o tempo seco e quente, os detergentes e desinfectantes irritativos ou alergizantes podem agravar as lesões e facilitar o aparecimento de novas lesões. Daí a necessidade imperiosa de ter que manter a pele o mais hidratada e protegida possível.

Também não é aconselhada a exposição da pele ao sol durante uma crise. Porquê?

Em função do que foi dito anteriormente, o sol excessivo não é recomendável nas crises. As exposições devem ser graduais e progressivas, em períodos crescentes, procurando impedir o aparecimento de queimaduras. É importante ter em atenção o tipo de pele de cada indivíduo. Aqueles com maior tendência para o bronzeado, em detrimento das queimaduras, estarão mais protegidos... Mas é indispensável aconselhamento e vigilância pelo dermatologista.

Apanhar sol favorece o processo de descamação da pele? Se sim, em que medida?


O sol faz bem à psoríase em placas. A luz solar exerce uma acção imunomoduladora, ajudando a estabilizar e a normalizar as vias e mecanismos imunológicos que propiciam a intensificação da inflamação e a libertação de mediadores (citocinas) que conduzem ao aumento da velocidade com que as células da pele se dividem, culminando num processo de descamação continuada. Há um excesso de proliferação que cursa paralelamente com um défice de diferenciação.
As células que chegam à superfície da pele são assim demasiado jovens e indiferenciadas. O sol ajuda a normalizar estes ciclos de renovação celular da pele. Existem formas artificiais, terapêuticas, de mimetizar esta acção reguladora do sol como a fototerapia com radiação ultra-violeta A e B. Os solários são contraindicados e qualquer tratamento à base de luz ou fontes de luz artificial deve estar sob estreita vigilância dermatológica.

Psoríase no verão


Apanhar sol é bom para aliviar a doença mas há regras a seguir

As lesões na pele provocadas pela psoríase dão-se bem com os raios solares e, em certas situações, nos meses de maior calor quem sofre desta doença até assiste a uma regressão das inflamações cutâneas que esta provoca.

Por vergonha e pudor, há quem prefira resguardar-se em casa, para não ter de mostrar marcas que a maior parte das vezes não são estéticas. O preconceito está ainda muito associado à crença, errada, de que a doença é contagiosa.

Paulo Ferreira, médico dermatologista do Hospitalcuf Descobertas, em Lisboa, que costuma colaborar regularmente com a PSO Portugal, Associação Portuguesa de Psoríase, explica por que é que o sol é bom para a pele psoriática, indica o tipo de produtos de proteção que previnem lesões, comenta o tipo de roupas e tecidos mais adequados e descreve os cuidados a ter depois de um banho de praia ou piscina.

sábado, 19 de outubro de 2013

Sinais e Sintomas


    Os principais sintomas mostrados pelas pessoas com esta doença                                                                                                                                                                                                            
    • Pele Rosada ou vermelha e a área coberta com lascas manchas brancas, principalmente no couro cabeludo, cotovelos, joelhos e costas.
    No início as manchas são pequenas, então se espalham e cobrem áreas maiores de pele.
    Qualquer condição persistente anormal da pele requer atenção médica. Apenas o seu médico pode diagnosticar a psoríase, que se distingue de outras doenças.
    Para o dermatologista, o diagnóstico da psoríase é simples e geralmente feito por simples exame nos ferimentos, no entanto, em alguns casos, podem assemelhar-se outras condições de pele como eczema, (uma doença crônica da pele que provoca coceira), infecções fúngicas, dermatite, ou certos tipos de câncer. Se o diagnóstico for duvidoso, você vai precisar de uma biópsia de lesões cutâneas.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

A Psoríase é uma condição multifactorial?



Sim. A psoríase é uma condição genética causada por um grupo de genes (e não apenas por um único gene). É desencadeada por factores ambientais que podem ser externos, como as alterações meteorológicas das estações do ano ou pela fricção das roupas na pele, ou internos, como as doenças infecciosas e determinados tipos de medicação.

Conjuntamente a estes factores ambientais, que conferem uma tendência crescente ao desenvolvimento da psoríase, podem também surgir reacções imunitárias cutâneas específicas, que causam inflamação.

As placas psoriásicas são originadas pelas células epidérmicas que são substituídas mais rapidamente que o habitual. Na pele psoriásica, este processo pode levar aproximadamente uma semana, comparativamente ao mês na pele normal.

A psoríase pode surgir em qualquer idade, mas as primeiras erupções surgem com maior frequência entre os 10 e os 30 anos de idade. É uma condição vitalícia e imprevisível, com ciclos sucessivos de remissão e de recidiva.

Apesar da psoríase só muito raramente colocar a vida em perigo, tem um impacto significativo na qualidade de vida. Devido ao facto de ser uma doença crónica, que está relacionada com um aspecto desfavorável, pode muitas vezes levar à diminuição da auto-estima, à incapacidade de bem-estar e, com o tempo, à depressão.

As pessoas com psoríase têm muitas vezes dificuldades na comunicação interpessoal, particularmente quando as suas lesões são visíveis, como nos casos da psoríase da face, do couro cabeludo e das mãos.

As primeiras erupções da psoríase, e os episódios recorrentes, estão muitas vezes relacionados com traumas psicológicos que originam uma forte emoção (por ex.: o falecimento de um ente querido ou o rompimento de uma relação).

Na psoríase, o stress aumenta a probabilidade de novas erupções, o que significa que as pessoas podem ver-se facilmente encurraladas num ciclo vicioso.

A severidade da condição pode ser avaliada essencialmente de acordo com o seu impacto na qualidade de vida. Os factores adicionais que determinam a severidade da psoríase incluem a susceptibilidade ao tratamento e a dimensão da área coberta pelas lesões. Por outras palavras, um determinado doente com psoríase pode sentir uma maior angústia psicológica do que outro com lesões mais extensas, ou que podem ser tratadas com maior facilidade.